domingo, 9 de dezembro de 2012

Novo fenómeno da Imigração: "Zungueiros (as) estrangeiras em Angola"



Não discordo com a entrada de mão - de - obra estrangeira, até porque grandes economias desenvolveram -se não apenas com os autóctones, mais também com os não nativos, desde que sejam acauteladas certas situações que penso serem relevantes. A entrada de estrangeiros deve trazer valor agregado para Angola, bem como para sector produtivo e serviços. É imperioso e devemos começar a reflectir profundamente na permissão de entrada de estrangeiros que vêm desenvolver a actividade de comércio ambulante (zungueiros ou zungueiras), fiquei estupefacto ao me deparar com esta realidade!



Que valor agregado e vantagem trazem para nós?

SUBMETO A VOSSA REFLEXÃO!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Aumenta o número de Angolanos que recorrem aos Bancos

25.10.12
Fonte: Adaptação de Filipe Cardoso/Revista Exame Angola


Já é um facto, a mentalidade tradicional que ainda pairava na mente de muitos angolanos de que o melhor lugar seguro para se guardar os fundos financeiros "é em casa ou em latas", esta a mudar, conforme ilustra o
estudo divulgo pelo Banco Mundial (B.M) através da sua agência financeira "Global Financial Inclusion", estudo realizado em mais de 148 países.

Conforme publicou a Revista Exame (2012), um facto interessante é que enquanto na maior parte dos países do mundo as mulheres têm taxas de bancarização inferiores às dos homens (por exemplo, na África Subsariana, os homens estão cinco pontos percentuais acima), em Angola os valores são iguais. A desproporção já é maior ao nível das assimetrias regionais. Enquanto a população urbana angolana tem uma taxa de 57%, a rural é de 34%. Quanto à forma de acesso verifica-se que o caixa da agência bancária é o principal meio de depósito. É utilizado por 80% dos que têm conta, ao passo que apenas 8% usam os terminais Multicaixa para depósitos. Nos levantamentos, o cenário inverte-se: 49% usam as caixas automáticas e 38% vão ao balcão.


No que diz respeito ao crédito, 33% pediram dinheiro emprestado no ano passado. A maior parte (26%) socorreu-se da família ou amigos, 8% foram ao banco; 6% solicitaram apoio à empresa; 5% obtiveram-no junto de outra instituição; e outros 5% compraram a prestações numa loja comercial. O cartão de crédito, por sua vez, foi usado por 15% dos entrevistados, enquanto 15% afirmaram possuir um cartão de débito (Multicaixa). Para efectuar pagamentos concluiu-se que 17% usam meios electrónicos e 15% preferem os cheques (o valor quase que duplica quando o universo se limita à população urbana). Outros dados interessantes são que 37% confessaram ter feito algum tipo de poupança no ano passado, enquanto 16% colocaram essa poupança no banco. O motivo principal foi para fazer face a futuras despesas (26%) seguindo-se a reserva para emergências (20%). 



A região da África Subsariana protagoniza uma das grandes surpresas deste estudo ao reportar que 16% dos adultos utilizaram o dinheiro electrónico para pagar contas ou fazer transferências bancárias. Mais uma uma prova de que o continente está cada vez mais ligado e que adere rapidamente às novas tecnologias, um facto que é notório em Angola.







sexta-feira, 31 de agosto de 2012

As 5 empresas em que Warren Buffett manda mais


31.08.2012

Márcio Juliboni



O megainvestidor Warren Buffett é conhecido por comprar pequenas fatias das empresas pelas quais se interessa, e manter essas ações por muitos anos. Essa filosofia de investimento é sua principal característica – e é imitada ou criticada por muitos.


Mas há empresas em que o terceiro homem mais rico do mundo realmente detém participações expressivas. Onde, portanto, ele pode falar grosso e interferir em seus rumos. A Berkshire Hathaway, sua holding, divulgou o relatório periódico sobre as companhias em que ela investe. Clique nas fotos e veja as cinco em que Buffett realmente tem poder.


1ª Washington Post




Buffett elevou ligeiramente sua fatia no tradicional jornal americano Washington Post, em relação ao relatório divulgado em fevereiro. Agora, o bilionário detém 23,2% da companhia, ante 22,38% meses atrás.


O incremento, porém, não se traduziu em maior riqueza para Buffett. Sua fatia no jornal vale, hoje, 598 milhões de dólares, frente aos 663 milhões em fevereiro.


2ª American Express



American Express 


A bandeira de cartão de crédito American Expresstambém conta com um bom espaço para Buffett. O megainvestidor detém 13,3% da empresa – uma fatia avaliada em 8,5 bilhões de dólares.



A fatia é praticamente a mesma dos 13% que Buffett detinha em fevereiro, mas, ao contrário do Washington Post, o investimento rendeu: passou de 7,9 bilhões de dólares para 8,5 bilhões no período.


3ª Moody´s



Agência de classificação de risco Moody´s 


Buffett não alterou sua posição na agência de classificação de risco Moody’s, entre fevereiro e agosto. Continua com 12,8%. A diferença é que o bilionário também viu sua fatia se valorizar nesta empresa no período, passando de 1 bilhão para 1,11 bilhão de dólares.



A presença de Buffett como acionista de uma agência de risco, porém, já provocou muita polêmica. Os críticos apontam o eventual conflito de interesses que pode haver na relação entre um investidor e uma empresa cujo negócio é avaliar o risco de investimentos.


4ª DaVita


Enfermeira tratando paciente em hospital 

A DaVita é a grande novidade no ranking das empresas de Buffett. Especializada em tratamento renal, a DaVita entrou para o clube dos maiores investimentos do bilionário em fevereiro, quando Buffett elevou em 55% o número de ações que detinha nela.



Atualmente, Buffett possui 9,8% da DaVita, um investimento avaliado em 910 milhões de dólares. A entrada da empresa na lista deslocou a importância da Coca-Cola no ranking das empresas em que o bilionário tem mais poder – e tirou o banco Wells Fargo do clube dos cinco primeiros.


5ª Coca-Cola



Caminhão da Coca-Cola 

A maior companhia de refrigerantes do mundo, a Coca-Cola, também possui um lugar especial para Buffett. Embora sua fatia na empresa tenha se mantido praticamente inalterada nos últimos seis meses, passando de 8,84% para 8,9%, a companhia caiu uma posição no ranking, com a estreia da DaVita.



Seu valor, no entanto, cresceu de 13,78 bilhões de dólares para 15,75 bilhões. Buffett, assim com Bill Gates, fundador da Microsoft, é um conhecido viciado em Coca-Cola. Nada como aliar o prazer com o lucro.

Fonte:http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/as-5-empresas-em-que-warren-buffett-manda-mais?p=6#link

quarta-feira, 11 de julho de 2012

OS GURUS DA QUALIDADE





Os gurus da Qualidade

 W Edward Deming
Joseph M. Juran
Philip B. Crosby
Armand V. Feigenbaum
Kaoru Ishikawa
Genichi Taguchi
Shigeo Shingo
Tom Peters
Links





DEMINGfoto obtida em W. Edward Deming Institute

Segundo Deming a Qualidade de um produto ou serviço apenas pode ser definida pelo cliente. A Qualidade é, assim, um termo relativo que vai mudando de significado à medida que as necessidades dos clientes evoluem.
Para corresponder ou exceder as expectativas dos clientes os gestores têm de compreender a importância das pesquisas junto dos consumidores , as teorias e o pensamento estatístico e a aplicação dos métodos estatísticos aos processos.
Nas definições extraídas dos seus escritos nota-se a ênfase posta nos métodos quantitativos, cujos resultados, aplicados aos produtos, resultará em:
  • grau previsível de uniformidade devido a uma reduzida variabilidade
  • custos menores
  • adequação ao mercado.

No seu livro "Out of the Crisis" Deming é cauteloso na definição de Qualidade pois é difícil traduzir as necessidades futuras dos clientes em características mensuráveis de forma a que o produto possa ser desenhado para satisfazer o cliente a um preço que este esteja disposto a pagar.

Deming enunciou, em 1989,os 14 princípios a que a gestão devia obedecer.

São eles: 

1. Criar constância de propósitos, ou seja recursos permanentes, para a melhoria dos produtos e serviços, de forma a que a organização seja competitiva, permaneça no mercado e proporcione empregos. A Direcção da organização deve dar prioridade às suas preocupações de longo prazo e investir numa caminhada inovadora para satisfazer o melhor possível as necessidades dos seus clientes. 

2. Adoptar uma nova filosofia. Os atrasos, os erros e a falta de uma política de formação já não podem ser tolerados sendo necessária uma transformação na abordagem da gestão ocidental. 

3. Cessar com a dependência da inspecção como forma de atingir a qualidade pois o corolário dessa prática é a aceitação do defeito. Deve-se antes prevenir e investir na eliminação dos defeitos, colocar a qualidade do produto em primeiro lugar e controlar por amostragem. 
4. Acabar com a prática da escolha dos fornecedores através dum único critério - o preço. O preço é apenas um custo que deve ser avaliado conjuntamente com a qualidade ou não qualidade do fornecimento. O importante é minimizar os custos totais. Assim, devem ser estabelecidas novas regras sobre as compras e as relações a longo prazo com os fornecedores devem ser desenvolvidas. 
5. Melhorar constante e permanentemente o sistema de produção. 
6. Instituir a formação usando métodos modernos. Exigem-se sempre novas capacidades que se harmonizam com as alterações respeitantes aos materiais, métodos, desenho, equipamentos e serviços. 
7. Instituir a liderança. Estabelecer novas formas de dirigir com base em relatórios sobre a qualidade. 
8. Eliminar o medo. Evitar um estilo autoritário de gestão para que todos possam trabalhar com eficiência. Encorajar a comunicação e dar liberdade aos funcionários para questionar, propor e reportar dificuldades. 
9. Derrubar as barreiras entre os departamentos. As pessoas devem trabalhar em equipa e a comunicação entre os serviços é indispensável. A existência de círculos de qualidade multidisciplinares contribuem para o enriquecimento das tarefas e das soluções. 
10. Eliminar slogans e metas numéricas. A maioria dos problemas de qualidade tem a ver com os processos e sistemas que são criados pelos gestores. 
11. Abandonar a gestão por objectivos com base em indicadores quantitativos. Esses indicadores realçam a quantidade em detrimento da qualidade. Usar métodos estatísticos para melhoria contínua da qualidade e da produtividade. 
12. Não classificar nem ordenar o desempenho dos trabalhadores. 
13. Instituir um programa de educação e auto-melhoramento. 
14. Estruturar a gestão de forma a levar a cabo os 13 pontos anteriores. Obter o empenhamento de todos os trabalhadores no sentido da mudança.

Os 14 pontos da gestão estão disponíveis no "W. Edwards Deming Institute".

Adoptou um método de abordagem sistemática para a resolução de problemas conhecido como PDCA (Plan, Do, Check, Action), ou ciclo de Shewhart. 





esquema obtido em BOLATrabalhar nas mudanças necessárias em função dos dados actuais
Fazer as mudanças implementando um projecto piloto
Avaliar os efeitos e recolher os resultados
Estudar os resultados e tirar conclusões. Confirmar as mudanças ou planear novamente.


clique no livro que pretender encomendar de W. Edward Deming, ligados directamente a In Association with Amazon.com 

Out of the Crisis 
Deming Management Method 
Quality Productivity and Competitive Position







JURANfoto de Joseph M. Juran obtida no Juran Institute

Juran define Qualidade como adequação ao uso. A palavra produto (bem ou serviço) refere-se ao output de um processo e é necessário encontrar o equilíbrio entre as características positivas do produto e a não existência de deficiências no produto. Essas características positivas não se referem a componentes luxuosos mas sim a características técnicas dum produto que foi desenhado para corresponder às necessidades dos clientes. As deficiências causam problemas aos clientes e portanto provocam a sua não satisfação.
O cliente é qualquer pessoa que lida com o produto, incluindo os que o desenvolvem, os clientes internos, e os que lidam com o produto acabado, os clientes externos.
Para Juran a gestão da Qualidade tem 3 pontos fundamentais, a famosa trilogia:
  • o planeamento da qualidade: Identificar os clientes, determinar as suas necessidades, criar características de produto que satisfaçam essas necessidades, criar os processos capazes de satisfazer essas necessidades e transferir a liderança desses processos para o nível operacional.
  • a melhoria da qualidade: Reconhecer as necessidades de melhoria, transformar as oportunidades de melhoria numa tarefa de todos os trabalhadores, criar um conselho de qualidade que seleccione  projectos de melhoria, promover a formação em qualidade, avaliar a progressão dos projectos, premiar as equipas vencedoras, publicitar os resultados, rever os sistemas de recompensa para aumentar o nível de melhorias e incluir os objectivos de melhoria nos planos de negócio da empresa.
  • o controlo da qualidade: avaliar o nível de desempenho actual, comparar com os objectivos fixados, tomar medidas para reduzir a diferença entre o desempenho actual e o previsto.



Juran baseia a sua abordagem nas necessidades do cliente e não defende necessariamente a reestruturação da organização.
Sequência de Juran:
  • prova da necessidade de melhoria
  • identificação de projectos
  • organização para guiar e dirigir projectos
  • organização para diagnosticar e analisar projectos
  • diagnóstico dos problemas para identificar causas
  • acções correctivas para as constatações
  • quebra de barreiras na resistência cultural à mudança
  • controlo de novos níveis

Uma série de artigos de Juran estão disponíveis no "Juran Institute". 




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Quality Planning and Analysis 
Quality Control Handbook
Managerial Breakthrough
A History of Managing for Quality







 

CROSBYfoto obtida em Philip Crosby Associates II, Inc.

A abordagem de Crosby baseia-se na prevenção. A ideia de que os erros são inevitáveis é falsa. Compete aos gestores através das suas atitude e práticas, nomeadamente através do reconhecimento, desenvolver o compromisso com a prevenção e eleger como objectivo principal "zero defeitos". Se, por exemplo, for privilegiado o prazo de execução em relação à qualidade então o trabalho vai focar-se nesse parâmetro.
Para Crosby, Qualidade está associada aos seguintes conceitos: "zero defeitos", "fazer certo à primeira", "os quatro absolutos da qualidade", "o processo de prevenção", "a vacina da qualidade" e os 6 C's.
"Zero defeitos" não significa que o produto tenha de ser perfeito. Significa que todos os indivíduos, na organização, estão comprometidos em satisfazer os requisitos à primeira. O dia "zero defeitos" permite à gestão de topo reafirmar o seu compromisso com a qualidade.
Os 4 absolutos:
  • A prevenção deve ser a linha de conduta generalizada.
  • Os custos de qualidade servem como ferramenta de gestão para avaliar e atribuir recursos.
  • O padrão "zero defeitos" deve ser a filosofia do trabalho.

  • A conformidade com as especificações deve ser a linguagem padronizada em relação ao nível de qualidade que se pretende obter.

Crosby vê os problemas como bactérias da não conformidade, daí a necessidade de vacinas com anticorpos que sirvam para prevenir a existência de problemas. A sua "vacina da qualidade" consiste em três acções da gestão: determinação, formação e implementação. A responsabilidade da administração contínua da vacina pertence à gestão de topo.

Os seis C's:

  • Compreensão ou a importância de perceber o que significa Qualidade
  • Compromisso da gestão de topo que começa por definir a política de Qualidade
  • Competência, resultado dum plano de formação e crítico para a implantação do movimento de melhoria da qualidade de forma metódica
  • Comunicação, para que todos na organização adquiram uma cultura corporativa da qualidade
  • Correcção, baseada na prevenção e desempenho
  • Continuação que enfatiza o processo de melhoria da qualidade como uma "forma de estar" da organização
Para Crosby qualidade significa conformidade com os requisitos. A qualidade deve ser definida em termos quantitativos para ajudar a organização a agir com base em metas tangíveis.
A qualidade deve ser medida regularmente através do custo provocado por fazer as coisas mal. Para ajudar os gestores na avaliação dos custos dos erros desenvolveu a seguinte fórmula:


Custo da Qualidade = Preço da Conformidade(POC)  + Preço da não conformidade (PONC) 

POC - refere-se ao custo por fazer bem à primeira 

PONC - fornece informação à gestão acerca dos custos perdidos e uma indicação do progresso à medida que a organização melhora



Crosby definiu a política de qualidade como o estado de espírito dos funcionários duma organização sobre a forma como devem fazer o trabalho. Se não existir uma política formal estabelecida pela gestão cada um estabelece a sua. 



Sequência de passos para um programa de melhoria da qualidade:
  1. Compromisso da gestão de topo em relação à qualidade. A Direcção da organização deve estar convencida da necessidade da melhoria da qualidade e exprimi-lo claramente através dum documento escrito que defina a política de qualidade da organização. Deve exprimir o que cada um deve fazer para responder às necessidades dos clientes.
  2. Equipas de melhoria da qualidade. A Direcção deve estabelecer uma equipa para supervisionar a melhoria da qualidade em todos os departamentos. O papel da equipa é avaliar o que é necessário em cada departamento e levar a cabo tudo o que respeita à política geral da qualidade da organização.
  3. Medida da qualidade. Os indicadores de qualidade devem ser introduzidos de forma a identificar as necessidades de melhoria.
  4. Avaliação do custo da não qualidade. As equipas da melhoria da qualidade deverão fazer uma estimativa dos custos da não qualidade de forma a identificar zonas prioritárias em que as acções serão imediatamente rentáveis.
  5. Tomada de consciência das necessidades da qualidade. Os funcionários deverão compreender a importância do respeito pelas especificações e o custo das não conformidades.
  6. Acções correctivas. As oportunidades para as acções correctivas são desencadeadas nas etapas 3 e 4.
  7. Planear um programa "zero defeitos". Uma comissão ad hoc deve ser constituída na equipa da melhoria da qualidade. Esta comissão deverá desencadear um programa "zero defeitos" apropriado às necessidades da organização e à sua cultura.
  8. Formação dos responsáveis e inspectores. Desde o início do programa, aos diferentes níveis de responsabilidade, os dirigentes devem ser formados para implementar o que lhes compete no programa global de melhoria da qualidade.
  9. Instituir "um dia zero defeitos" para que o conjunto dos funcionários da organização seja sensibilizado nas novas normas de desempenho.
  10. Definição de objectivos. Para transformar os compromissos em acção os indivíduos e os grupos devem ser encorajados a estabelecerem metas de aperfeiçoamento. Para isso, cada responsável define, com os membros da sua equipa, os objectivos específicos a atingir cujos resultados sejam mensuráveis. Estes objectivos podem ser do conhecimento de todos e o seu progresso pode ser avaliado em reuniões regulares.
  11. Eliminar as causas dos erros. Os empregados devem ser encorajados a comunicar as dificuldades que têm em atingir as suas metas de aperfeiçoamento e na remoção das causa de erros.
  12. Reconhecimento. Deve ser manifestado publicamente (mas não financeiramente) o reconhecimento àqueles que atingem os seus objectivos de forma regular.
  13. Círculos de qualidade. Os especialistas em Qualidade e as pessoas particularmente motivadas pelo progresso da melhoria da qualidade devem-se encontrar regularmente a fim de trocarem ideias e experiências.
  14. Recomeçar e progredir sempre. O conjunto de passos anteriores deve ser iniciado com regularidade, o que renova o compromisso dos antigos funcionários e introduz os novos no processo.





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Quality is free 
Quality without tears 
Running things 
Quality is still free 
The absolutes of leadership 






FEIGENBAUMfoto do Dr. Armand V. Feigenbaum obtida em General Systems Company, Inc.

Definiu, nos anos 50, o conceito de controlo da qualidade total: "um sistema eficiente para a integração do desenvolvimento da qualidade, da manutenção da qualidade e dos esforços de melhoramento da qualidade dos diversos grupos numa organização, para permitir produtos e serviços mais económicos que levem em conta a satisfação total do consumidor".
Para Feigenbaum a Qualidade é uma filosofia de gestão e um compromisso com a excelência.
A Qualidade:

1. é o único objectivo da organização


2. é determinada pelos clientes 


3. pressupõe trabalho em grupo (círculos de qualidade) 


4. exige o compromisso da gestão de topo

5. exige o empowerment (aumento da capacidade de decisão dos trabalhadores e redução dos níveis hierárquicos)
Defende que a qualidade deve ser projectada e embutida nos produtos, não podendo ser obtida somente a partir da inspecção dos mesmos. Para amparar esta exigência defende que a empresa estruture um Sistema de Qualidade.
Define o Sistema de Qualidade Total como a combinação da estrutura operacional de trabalho de toda a organização documentada em procedimentos de gestão e técnicos, efectivos e integrados, para o direccionamento das acções coordenadas de mão de obra, máquinas e informações da organização, de acordo com os melhores e mais práticos meios de assegurar a satisfação quanto à qualidade e custos.
O Sistema de Qualidade deve ser estruturado e planeado e não desenvolvido de forma casual. Os seus princípios devem incluir:
  • orientação ao cliente
  • integração de actividades por toda a organização
  • atribuições claras ao pessoal, tendo em vista a obtenção da qualidade
  • actividades específicas para controlo de fornecedores
  • identificação total dos equipamentos de qualidade
  • consciencialização de toda a organização
  • eficácia real das acções correctivas
  • controlo contínuo do sistema, incluindo previsão e realimentação da informação
  • auditoria periódica das actividades do sistema



Feigenbaum sugere uma série de partes componentes ou subsistemas básicos que devem estar baseados em procedimentos documentados, tendo como macro referência o Manual de Qualidade:

  1. Avaliação da qualidade antes do início da produção
  2. Planeamento da qualidade e do processo
  3. Planeamento, avaliação e controlo da qualidade dos materiais adquiridos
  4. Avaliação e controlo da qualidade do produto e do processo
  5. Realimentação da informação da qualidade
  6. Equipamento da informação da qualidade
  7. Formação e orientação para a qualidade e desenvolvimento do pessoal
  8. Qualidade na assistência técnica
  9. Gestão da função controlo da qualidade
  10. Estudos especiais sobre a qualidade



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Total Quality Control 





ISHIKAWAfoto de Kaoru IshiKawa obtida na ASQ-American Society for Quality


Está associado principalmente ao conceito de "Círculos de Qualidade".
Os círculos de qualidade são pequenas equipas, geralmente da mesma área de trabalho, que voluntária e regularmente se reúnem para identificar, investigar, analisar e resolver os problemas que surgem no trabalho.
Nos círculos de qualidade são destacadas as seguintes características:

      Voluntarismo. Os círculos devem ser criados em bases voluntárias e não por ordens superiores. 

      Autodesenvolvimento. Os membros do círculo precisam ter vontade de estudar. 

      Desenvolvimento mútuo. Os membros do círculo precisam aspirar a expandir os seus horizontes e a cooperar com outros círculos. 

      Eventual participação total. Os círculos precisam estabelecer como seu objectivo último a participação total de todos os trabalhadores do mesmo local de trabalho.



As ideias básicas subjacentes às actividades do círculo da qualidade são:

  1. Contribuir para o melhoramento e para o desenvolvimento da organização
  2. Respeitar a humanidade e criar um local de trabalho animado e bom para se viver
  3. Exercitar integralmente as capacidades humanas



Segundo Ihikawa "praticar um bom controlo da qualidade é desenvolver, projectar, produzir e comercializar um produto de qualidade que é mais económico, mais útil e sempre satisfatório para o cliente".

Ihikawa sistematizou os sete instrumentos para o controlo da qualidade:
  • Análise de Pareto
  • Diagramas causa-efeito
  • Histogramas
  • Folhas de controlo
  • Diagramas de escada
  • Gráficos de controlo
  • Fluxos de controlo
Segundo a experiência Japonesa, 95% dos problemas podem ser resolvidos com estes métodos, simples, de controlo de qualidade. 


Ihikawa preconiza que uma das bases do TQC (Total Quality Control) é a gestão funcional cruzada, dado que a garantia efectiva da qualidade não pode ser obtida somente pelo departamento de qualidade. A forma orgânica vertical serve somente para definir a hierarquia, não proporcionando a ligação horizontal das diversas funções. Para operacionalizar a gestão dos processos, a empresa necessita de um Comité Interfuncional. 


ActividadesPlaneamento do produtoProjecto do produtoPreparação do produtoAprovisionamentoProduçãoVendas
FunçõesPlaneamentoExperimentaçãoEngenharia do processoComprasFábricaExportação
Qualidade


P



P



P



P



P



P
Custo


P



S



P



P



S



S
Tecnologia


S



P



S



C



C



S
Produção


C



S



P



C



P



S
Vendas


P



S



C



C



S



P
Pessoal Administrativo


S



S



S



S



P



S

P - Responsabilidade Principal
S - Responsabilidade Secundária
C - Contribuição



Bibliografia: 
Guide to Quality Control, 1976
QC Circle Koryo, 1980
Quality Control Circles at Work, 1984
What is Total Quality Control?, 1985







TAGUCHIfoto de Genichi Taguchi obtida na ASQ-American Society for Quality


Na sua opinião, a qualidade e o custo de um produto são determinados em grande medida pelo seu desenho e pelo seu processo de fabrico.
Define Qualidade em termos das perdas geradas por este produto para a sociedade.
Em termos gerais há quatro conceitos de qualidade atribuídos a Taguchi:
  • A qualidade deve ser incorporada no produto desde o início e não através das inspecções. Os melhoramentos devem ocorrer na fase de desenho dum produto ou processo e continuar durante a fase de produção. A falta de qualidade não pode ser melhorada através da tradicional inspecção.
  • Atinge-se melhor a qualidade minimizando os desvios em relação às metas. O produto deve ser desenhado de forma robusta e imune aos factores ambientais não controláveis. Devem ser especificados os valores para os parâmetros críticos e assegurado que a produção satisfaz essas metas com o mínimo desvio.
  • A qualidade não deve ser  baseada no desempenho ou características do produto. Isso faz variar o seu preço e/ou mercado mas não a qualidade. O desempenho e as características do produto podem estar relacionados com a qualidade mas não são a base da qualidade. Pelo contrário o desempenho é uma medida das capacidades do produto.
  • Os custos da qualidade devem ser medidos em função dos desvios do desempenho do produto. Isto inclui custos do "tornar a fazer", inspecção, garantias, devoluções e substituições.




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Introduction to Quality Engineering 
System of Experimental Design 







SHINGOfoto obtida na Leicester Business School - De Montfort University


Deve-se-lhe uma estratégia para a melhoria contínua através do envolvimento criativo de todos os trabalhadores.
No período de 1961-64 estendeu as ideias de controlo de Qualidade e desenvolveu o Poka-yoke, teste de erro e o conceito de "zero defeitos".



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A study of the Toyota Production System 
Zero Quality Control 






Tom PetersFoto obtida em The Tom Peters Group

Introduziu o conceito de "Excelência" juntamente com Waterman no livro de gestão mais vendido de sempre - "In Search of Excellence". Para os autores, as empresas excelentes têm oito características distintivas: inclinação para a acção; proximidade do cliente; autonomia individual; produtividade através das pessoas; criação de valores concretos; centrar-se no essencial; simplicidade formal; e existência em simultâneo de rigidez e flexibilidade.
Desenvolveu também o modelo dos sete "S's", Style, Structure, Staff, Systems, Strategy, Shared Values, Skills, um instrumento de análise das organizações. 
No seu segundo livro "A passion for Excellence" Tom Peters identificou a liderança como ponto fundamental da melhoria da qualidade. Os três principais elementos na senda da excelência são os clientes, a inovação e as pessoas e as três principais actividades do lider o ouvir, o ensinar e o facilitar. 
Com base nas seguintes premissas:
  • Os consumidores estarão dispostos a pagar bem pela qualidade
  • As empresas que fornecerem essa qualidade progredirão
  • Os trabalhadores querem oportunidades para fornecer uma qualidade elevada
  • Nenhum produto é lider seguro na qualidade
enunciou os 12 princípios para uma revolução da qualidade:
  1. A gestão deve estar intensamente comprometida com a qualidade
  2. Deve existir um guia seguindo so passos de Crosby, Juran, Deming, ou outro guru
  3. A Qualidade deve ser avaliada através da recolha de dados
  4. As ideias de qualidade e desempenho devem ser reconhecidas e recompensadas
  5. Todos devem ser formados em técnicas estatísticas para avaliar a qualidade
  6. A Qualidade deve ser implementada por equipas multifuncionais
  7. Os projectos de qualidade podem envolver problemas simples e não apenas problemas que envolvam toda a empresa
  8. A Qualidade deve ser realçada em todas as ocasiões
  9. Deve existir uma estrutura organizacional paralela que se concentra na qualidade
  10. A Qualidade exige o envolvimento de todos: gestores, empregados, clientes e fornecedores
  11. Eliminar os custos da não qualidade
  12. Um programa de melhoramento da qualidade é contínuo



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In Search of Excellence 
A passion for Excellence 
Thriving on Chaos 
The Tom Peters Seminar 
The pursuit of Wow! 
Liberation Management 
The circle of Innovation 





LINKs
The quality gurus
Three experts on quality management
TQM Gurus' Ideas
The future of quality management
Taguchi methods
Taguchi methods for Engineering Design



 

domingo, 29 de janeiro de 2012

Economia e Finanças by Janisio Salomão: "NUMEROS DA INFLAÇÃO EM ANGOLA SÃO BAIXOS"

Economia e Finanças by Janisio Salomão: "NUMEROS DA INFLAÇÃO EM ANGOLA SÃO BAIXOS": 30-01-12 Do site: Jornal de Angola Governador do Banco Nacional de Angola José de Lima Massano presidiu a primeira reunião do ano do Co...

"NUMEROS DA INFLAÇÃO EM ANGOLA SÃO BAIXOS"

30-01-12
Do site: Jornal de Angola
Governador do Banco Nacional de Angola José de Lima Massano 
presidiu a primeira reunião do ano do Comité da Política Monetária
Fotografia: Jornal de Angola

Segundo nota publicada pelo BNA, o executivo conseguiu atingir o objectivo preconizado para a inflação em 2011, indica o comunicado do Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola, sublinhando que a taxa situou-se em 11,38 por cento, muito abaixo de 15,31 por cento registado em 2010.

Na sua primeira reunião do ano, realizada na sexta-feira, que avaliou a evolução dos principais indicadores macroeconómicos de 2011 e o comportamento recente dos mercados monetário e cambial, o Comité de Política Monetária concluiu que as classes de alimentação e bebidas não-alcoólicas, vestuário e calçados e hotéis, cafés e restaurantes foram as que mais contribuíram para a inflação, ao longo do ano passado.

O comité analisou, igualmente, a evolução dos mercados monetário e cambial. No primeiro, observou-se o comportamento das taxas de juro do mercado interbancário (LUIBOR) e as taxas aplicadas nas operações de crédito e depósitos.

A LUIBOR (Luanda Interbank Offered Rate) é a média resultante das taxas de juro cobradas pelos bancos comerciais nas operações entre si. A taxa se situa entre aquela cobrada pelo Banco Nacional de Angola na sua facilidade de cedência de liquidez (empréstimos às instituições financeiras) e a oferta pela facilidade de depósitos.

Na reunião de sexta-feira, o Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola concluiu que a LUIBOR, em todas as suas maturidades, manteve-se estável ao longo do período analisado. As taxas de juro activas praticadas pelos bancos comerciais nas operações de crédito apresentaram uma tendência de redução, em linha com o observado com a taxa de inflação.

No comunicado, o Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola afirma, também, ter registado estabilidade no mercado cambial, tendo a taxa de câmbio média do mercado primário variado em torno dos 2,8 por cento, inferior à registada em 2010. 

A estabilidade cambial verificou-se, igualmente, nos mercados secundário e informal, segundo o comunicado do Comité da Política monetária. Em função da análise feita aos indicadores macroeconómicos, que inclui a evolução recente e perspectivas da economia angolana e internacional, o Comité de Política Monetária do BNA decidiu reduzir a Taxa Básica de Juro (Taxa BNA) para 10,25 por cento. 

A redução da Taxa BNA, que no mês passado esteve fixada em 10,50 por cento, indica um curso expansionista da política monetária, uma vez que o Banco Central prevê uma diminuição da inflação a curto prazo.

Uma subida da Taxa BNA é sinal restrição da política monetária e indica que o Banco Central tem em vista um cenário de aumento geral dos preços, que pode pôr em causa a meta de inflação estabelecida pelo Executivo. 

Com a Taxa BNA, o Banco Central procura, com maior eficácia, influenciar e contribuir para a estabilidade dos preços na economia, além de sinalizar a orientação da política monetária. A próxima reunião do Comité de Política Monetária tem lugar no dia 27 de Fevereiro próximo.
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Fonte:  .http://jornaldeangola.sapo.ao

sábado, 21 de janeiro de 2012

"BANCA ANGOLANA NUNCA LUCROU TANTO"

12-12-2011
Do site: Exame Angola
Por Luís Leitão


A banca nacional está de boa saúde e recomenda-se. Este bem podia ser um dos “chavões” utilizados por José de Lima Massano, governador do Banco Nacional de Angola (BNA), numa qualquer intervenção pública, ou até o slogan de uma campanha de marketing do Governo para incentivar os cidadãos a abrirem uma conta bancária e deixarem de colocar o dinheiro debaixo do colchão (por acaso até foi realizado uma campanha este ano, embora com um slogan diferente). 

 É indesmentível que o ano 2010 correu bem à banca tal como concluem os relatórios anuais das consultoras KPMG e Deloitte sobre o sector, que foram divulgados em Novembro. Enquanto no ano passado se assistiu ao avolumar da crise financeira pelos quatro cantos do mundo, Angola passou entre os pingos da chuva desta tempestade e teve no último ano o seu ponto de viragem, com a economia a crescer, após um ano de 2009 de forte desaceleração do PIB, e com a banca a crescer mais do que a economia. “O comportamento do sector bancário angolano manteve a tendência de crescimento em praticamente todas as rúbricas de análise
— activos, crédito, depósitos e resultados —,
não obstante o ritmo de crescimento ter sido menor do que noutros anos, mas ainda assim, acima da economia”, constatam os especialistas da KPMG.


A verdade é que 2010 voltou a ser um ano de recordes para a banca. A começar pela evolução do produto bancário, que registou um crescimento de 24,2%, “explicado sobretudo pelo forte incremento da margem financeira que cresceu 53,2%”, refere a KPMG. Também no capítulo dos lucros os números foram surpreendentes: de acordo com os resultados líquidos do exercício apresentados por 20 instituições financeiras, compilados pela Deloitte, os lucros do sector totalizaram 128 mil milhões de kwanzas (1278 milhões de dólares), mais 22% face a 2009, o equivalente a 6930 kwanzas (74,6 dólares) por cada angolano. Nunca a banca lucrou tanto. A verdade é que 2010 voltou a ser um ano de recordes para a banca. 

A começar pela evolução do produto bancário, que registou um crescimento de 24,2%, “explicado sobretudo pelo forte incremento da margem financeira que cresceu 53,2%”, refere a KPMG. Também no capítulo dos lucros os números foram surpreendentes: de acordo com os resultados líquidos do exercício apresentados por 20 instituições financeiras, compilados pela Deloitte, os lucros do sector totalizaram 128 mil milhões de kwanzas (1278 milhões de dólares), mais 22% face a 2009, o equivalente a 6930 kwanzas (74,6 dólares) por cada angolano. Nunca a banca lucrou tanto. 

Destaque para os resultados do Banco Espírito Santo Angola (BESA) e do Banco Millennium Angola (BMA) que aumentaram mais 80%. No caso do BESA, este crescimento explosivo traduziu-se também na liderança do ranking dos bancos nacionais mais rentáveis, ao contabilizar em 2010 lucros de 30 489 milhões de kwanzas. Porém, os lucros do sector continuam fortemente concentrados em apenas cinco bancos: Banco Espírito Santo Angola (BESA), Banco Fomento Angola (BFA, Banco Africano de Investimento (BAI), Banco Poupança e Crédito (BPC) e Banco BIC (BIC). 

De acordo com as contas do ano passado, estes cinco bancos foram responsáveis por mais de 82% dos lucros globais. “Verifica-se que continua a subsistir uma forte concentração. No entanto, tem-se assistido a uma gradual perda de quota de mercado relativa, indiciando a maior competitividade do sector”, refere a KPMG, dando como exemplo a ocorrência de alterações na quota de mercado ao nível das rubricas de activos, crédito e depósitos, em consequência da “intensificação do ambiente concorrencial”.


Se no capítulo da concorrência parece haver ligeiras mudanças, ao nível da rentabilidade do negócio bancário parece que não há grandes novidades, dado que os bancos continuam a criar riqueza: por cada dólar de capitais próprios, a banca nacional gera, em média, 30 cêntimos de lucros. Trata-se de uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) 1,74 vezes superior à oferecida pela média dos bancos africanos, mais do triplo do que o ROE dos bancos americanos e 5,4 vezes superior à média dos bancos europeus. Isto significa que os bancos angolanos estão entre as instituições financeiras mais rentáveis do mundo. Mas não só: estão também no lote dos bancos com maiores margens de progressão do planeta. Bancarização abaixo de paises vizinhos Os bancos angolanos estão entre os mais rentáveis do mundo. 

A rentabilidade dos capitais próprios é o triplo da média em ÁfricaOs bancos, tal como todos os empresários, olham para a economia nacional como um mercado constituído por quase 19 milhões de potenciais clientes. Nas contas da banca, este é um número bastante interessante, desde logo porque apenas 11% são clientes. Isto significa que pouco mais de 2 milhões de angolanos têm acesso a serviços bancários, segundo um estudo realizado pela ABANC, EMIS e Marktest, deixando assim uma ampla margem de crescimento de negócio para o futuro. “Esta baixa penetração da banca junto da população angolana, nomeadamente quando comparamos com outros países vizinhos ou mesmo outras economias emergentes, deixa antever o elevado potencial para o crescimento do sector, nos próximos anos”, lê-se no documento da KPMG. 

O combate da reduzida taxa de bancarização da população tem sido, anualmente, um importante foco da estratégia dos banqueiros nacionais. E foi com este sinal bem presente que, no ano passado, as instituições financeiras continuaram a investir na expansão da sua actividade, abrindo cada vez mais balcões e apostando numa crescente cobertura das 18 províncias que compõem o território nacional. De acordo com dados da KPMG, em 2010, foram abertos 150 novas agências bancárias, cerca de 12,5 balcões por mês, o valor mais elevado de sempre. 

Este investimento foi novamente acompanhado por uma forte aposta na rede de terminais, que se repercutiu num crescimento de 30% do número de Multicaixas (ATM) e num aumento de 60% de unidades de terminais de pagamento automático (TPA). Segundo a Deloitte, “o número de ATM aumentou para 1289 em 2010, comparativamente a 995 em 2009, e o de TPA cresceu para 12 140 terminais em 2010 face a 7587 em 2009”.


No seguimento deste investimento assistiu-se também a um crescimento exponencial dos meios de pagamento eletrónicos e a uma explosão do volume de levantamentos em ATM e compras em TPA. De acordo com os especialistas da Deloitte, o número de cartões de crédito e débito vivos (com pelo menos uma utilização) aumentou cerca de 25% em 2010 e os cartões válidos registaram um crescimento de 21%. Adicionalmente, “manteve-se a tendência de crescimento continuado no volume médio mensal de transacções, na rede Multicaixa, passando de 3,6 milhões, em 2009, para 5,5 milhões de transacções (média mensal) durante 2010”, refere a KPMG. 

Depósitos quadruplicaram em cinco anos Nos últimos 16 anos tem-se assistido a dois movimentos interessantes no mercado financeiro nacional: se por um lado o custo do crédito bancário para privados registou uma forte correcção, passando de uma taxa de juro média de 206% em 1995 para os actuais 22,5%, por outro, a banca passou de uma concessão de crédito equivalente a 5,3% do PIB em 1995 para um bolo superior a 20% do PIB no final do ano passado. Na prática, os empréstimos tornaram-se nove vezes mais baratos e o crédito disponível para empresas e famílias aumentou a um ritmo médio anual de 6%. Numa primeira observação destas estatísticas, pode até ficar-se com a ideia de que o crescimento de 9,9% ao ano que a economia nacional registou nos últimos 16 anos foi puramente artificial, gerado à conta da “mágica” alavancagem do crédito. 

Contudo, quando se analisa todo o quadro, a conclusão que se tira é exactamente a oposta. E tudo porque a base do sistema financeiro tem crescido de uma forma e equilibrada, nomeadamente nos últimos cinco anos: entre 2006 e 2010 os depósitos cresceram, em média, 43,58% por ano. Isto significa que a base de depósitos da banca nacional mais do que quadruplicou no espaço de cinco anos, passando de 617 mil milhões de kwanzas para 2622 milhões de kwanzas. No mesmo sentido seguiu o crédito concedido à economia, que desde 2006 aumentou a um ritmo médio anual de 53%, passando de 275 mil milhões de kwanzas, em 2006, para 1503 mil milhões de kwanzas, no final do ano passado. Esta evolução permitiu que o rácio de transformação de depósitos em crédito líquido sofresse um ligeiro aumento. De acordo com os dados compilados pela Deloitte, o crédito líquido sobre depósitos é hoje de 57%. Um valor distante da excessiva alavancagem que apresenta a maioria dos bancos europeus, por exemplo, actualmente a operarem com rácios de transformação acima dos 120%. Contudo, não passa despercebido o aumento verificado no montante agregado de crédito vencido (111,5% em 2010) como consequência de uma expansão rápida na concessão de crédito à economia nos últimos anos.

 “É importante que o sector bancário invista na sofisticação dos processos de avaliação de risco, na monitorização e acompanhamento da carteira de crédito e nos procedimentos de recuperação do crédito”, recomendam os técnicos da KPMG. Os especialistas acreditam que “este investimento permitirá [aos bancos] diminuir o rácio de crédito vencido sobre o crédito total concedido, que teve um acréscimo significativo de cerca de 80%, passando de 2,83%, em 2009, para 5,8%, em 2010”.


Desafios do sector para o futuro O dinamismo do sector financeiro nacional continua a ser visível este ano, com a banca a contabilizar um crescimento acentuado dos principais agregados nos primeiros seis meses do ano. Segundo o BNA, os depósitos apresentam um crescimento de 10,4%, o que representa uma aceleração significativa da taxa de crescimento face a 2010. No crédito, o crescimento fixa-se em 15,6%, pelo que se mantém a tendência de subida da taxa de transformação. Todavia, as consultoras Deloitte e KPMG salientam também os grandes desafios que a banca terá de enfrentar nos próximos anos. Sikander Sattar, presidente do conselho de administração da KPMG Angola, refere que as principais barreiras que se “colocam às instituições que operam neste sector, cada vez mais competitivo, estarão sobretudo relacionadas com a forma como vão capturar este potencial de crescimento, face aos (ainda) baixos níveis de bancarização da população angolana, bem como assegurar o contínuo investimento em recursos, que mantenham a prestação de um serviço de qualidade e adequado às necessidades do mercado angolano”.
Criaram-se 150 novas agências, mas a taxa de bancarização permanece baixa. Apenas 11% da população têm acesso a serviços bancários Acrescente-se que este conjunto de desafios ocorre num contexto económico global a braços com uma profunda crise financeira que, invariavelmente, terá um impacto no crescimento económico nacional. Sobre este ponto, Hélder de Aguiar, administrador executivo do Banco Africano de Investimento (entretanto denominado Banco Angolano de Investimentos) considera que “apesar da revisão em baixa das perspectivas de crescimento da economia angolana em 2011, o BAI irá manter a sua estratégia de crescimento, não deixando de estar atento às novas oportunidades de negócio e às exigências do mercado”. 

Na estratégia do banco com maior quota de mercado por total de activos, os principais desafios centram-se “no aumento da carteira de clientes, na expansão da rede comercial e na continuação da expansão internacional do negócio bancário de uma forma sustentada”, refere ainda Hélder Aguiar, no relatório da Deloitte. Os especialistas da KPMG salientam, por seu turno, “a necessidade de uma adequada estrutura de governação interna, a contínua monitorização, o controlo e a regulamentação do sector financeiro serão factores decisivos para suportar e reforçar o dinamismo que este sector apresenta, assegurando o sucesso do mesmo”. Neste sentido, a consultora destaca o papel fulcral do BNA, enquanto entidade de supervisão do sistema financeiro, “fazendo evoluir a regulamentação do sector no sentido de continuar a aproximar o grau de supervisão angolano dos standards internacionais”. Em cima das prioridades dos banqueiros estarão ainda um leque variado de outros desafios para o futuro. 

Nomeadamente ao nível da gestão do risco do crédito, que em resultado de uma expansão da concessão do financiamento bancário, tem-se assistido a uma “crescente preocupação com a qualidade e monitorização da carteira e implementação de processos de recuperação de crédito em incumprimento eficazes”, concluem os técnicos da KPMG. Em jeito de conclusão, o dinamismo do sector financeiro nacional é aplaudido pelas consultoras Deloitte e KPMG, mas a escolher uma má notícia ambas salientaram o controlo do crescimento do crédito vencido que registou um acréscimo de 80% em 2010. Como de costuma dizer “não há bela sem senão”. 

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 Fonte: http://www.exameangola.com