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O conflito armado registado durante a guerra
fria envolveu as grandes potências mundiais como: Estados Unidos da América
(EUA), Rússia, Alemanha, Japão e demais países ficou registado nos anais da
história até os diais de hoje.
Hodiernamente o conflito vivido entre as duas
grandes potências não é mais um “conflito armando” (de momento), mais sim um
conflito diplomático e económico, as potências tudo fazem para salvaguardar os
seus interesses e dos seus aliados, chegando a não respeitar as grandes
organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Conselho
de Segurança das Nações Unidas.
Como é consabido, a economia mundial esta
fortemente dependente dos países que compõem o G8, queremos nos referir dos
países mais industrializados como (EUA, Alemanha, Itália, Japão, Canada,
França, Reino Unido e Rússia), com forte capacidade de influenciar os
principais decisores.
O Mundo recorda até hoje os conflitos que
envolveram os EUA, sobretudo o Iraque e África do Norte com destaque para
Líbia, cujo os principais pretextos utilizados a produção de armas de
destruição em massa, não foram provados até hoje no caso da Líbia, na realidade
os principais intentos por detrás de isto tudo foram económicos, “dominar os
principais países produtores de Petróleo”. Os motivos políticos sempre serviram
de pretexto para se alcançar os económicos, desrespeitando a soberania dos
países, e a ingerência em assuntos internos.
Do mesmo
modo a Rússia em função dos interesses económicos invade a Ucrânia sobre um
pretexto falso de que os seus concidadãos queriam uma desanexação da Crimeia
sobre a Ucrânia, quando sabemos que grande
parte do gás que fornecido a Europa passa pela Crimeia. Na verdade o que a
Rússia queria era ter o controle deste pequeno espaço geográfico estratégico e
tornar –se um dos principais decisores e influenciadores sobretudo nas políticas
relacionadas com a comercialização das principais fontes de energia (gás e
petróleo).
As relações entre EUA e Rússia nunca foram
das melhores, o mundo não podia continuar impávido e sereno ante a intervenção
militar que a Ucrânia estava a ser alvo, destarte para mostrar o seu poder como
principal potência mundial o EUA inicia fortes sanções sobretudo económicas nas
principais empresas russas, alargando posteriormente para políticas.
Sobre forte influência dos EUA as restantes
potências mundiais como Reino Unido e Alemanhã e demais países da europa aprovam
sanções económicas a Rússia.
O mundo ainda recorda os pronunciamentos
públicos do Presidente da Rússia sobre sanções impostas pelo ocidente, Putin realça
que “as sanções impostas a Rússia terão um efeito Boomerang”, ou seja, tudo o
que lançares na natureza volta sempre para ti multiplicado, o nome teve origem
numa peça de jogo feita de madeira cujo o nome é “Boomerang”. Foi uma resposta
de provocação ao Presidente Obama em face as sanções impostas.
Como as principais Organizações
Internacionais e as organizações de Bretton Woods encontram –se sediadas nos EUA querendo ou não, existe uma
certa influência nas principais políticas
e decisões internacionais.
Queremos com isto dizer que, as sanções foram
redobradas, é assim que um novo pacote de sanções é aprovado pela ONU, os reflexos
começaram a ser sentidos pela Rússia, grande parte das empresas multinacionais
anunciaram prejuízos de bilhões de dólares como consequências das sanções.
Rússia anuncia que não tem medo das sanções e
a sua economia dar a volta por cima.
Haveria então a necessidade actuar de
diversas formas de modo a abrandar a
intervenção russa na Ucrânia e mudar a opinião de Putin.
A Rússia é um produtor e exportador de
petróleo, possui uma das maiores reserva de gás natural do mundo. O petróleo o
gás representam cerca de 80% da economia russa, grande parte do crescimento
registado pela económica russa nos últimos anos foi sustentado pela alta dos
preços do barril de petróleo.
O EUA um dos principais produtores de
petróleo no mundo e detentor também de grandes reservas de petróleo e gás, e
consumidor mundial, não era um dos grandes exportadores de petróleo.
Uma outra
forma de afectar a economia Russa um dos maiores produtores de petróleo, era
aumentar a oferta de petróleo no mercado internacional criando desta forma um
desequilíbrio nas quotas determinadas pelo regulador que é a Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Assim que este ano (2014) o EUA aumentam a
produção em 50% e passa a consumir e a
exportar grande parte do petróleo xisto[2]
como consequência os países que exportavam para o EUA foram obrigados a reduzir
as suas produções diárias de petróleo ou a procurar outros mercados.
O mercado regista um excessiva oferta que
acabaram por se repercutir nos preços, alcançando níveis baixos ou seja uma
desvalorização em mais de 35% desde o ano de 2010, altura em que os preços
rondavam aos 100 usd o barril. As previsões mais pessimistas apontam para
preços a rondar abaixo dos 60 usd por barril.
A última reunião da OPEP realizada no
pretérito mês de Novembro não surtiu o efeito desejado os grande produtores
como: Arabia Saudita e EUA, decidiram
manter as suas quotas de produção.
Segundo Cristine Lagarde afirmou que “queda
nos preços do petróleo
no mercado internacional deve contribuir, de modo geral, para impulsionar a
economia global, em especial para os Estados Unidos, que lutam para evitar uma
desaceleração da actividade económica”.
Nosso entender não podemos esperar uma
auto-regulação do mercado, por ser um mercado volátil e porque as sucessivas
crises neste mercado, demostraram que o paradigma da mão invisível de Adam
Smith nem sempre se aplica em todas as situações, sendo por isso necessário a
intervenção dos principais órgão reguladores.
A economia russa está perante uma crise
eminente em função da redução do preço do barril de petróleo e estima –se que
em 2015 venha conhecer uma recessão com taxas de crescimento a rondar abaixo do
previsto 0,8%, tal conforme ministro do desenvolvimento económico russo, Aleksêi
Uliukáiev, que publicou o balanço económico do governo, ao revisar sua projecção
para 2015 mostrando uma contração de 0,8%, comparada a uma projecção anterior,
de crescimento de 1,2%”, segundo relatou o Jornal New York Times Internacional[3].
E a
economia Angolana como fica?
O EUA é um dos principais mercados das
exportações do petróleo produzido em Angola, depois da China. Com aumento da
produção por parte dos EUA, Angola será forçada a reduzir a sua produção de
petróleo estimada em 1,6 milhões de barris de petróleo dia, com a baixa dos
preços a balança comercial Angolana será fortemente afectada, visto que as
necessidades mantêm –se praticamente constantes, o que obrigará o país a
continuar a importar grande parte dos bens e serviços, originando um deficit.
O orçamento para o exercício económico de
2015 foi previsto a um preço de barril em 81 usd e uma produção de petróleo
estimada em , caso a situação perdure até próximo ano, isto também dependente
das relações entre EUA e Rússia e a intervenção na Ucrânia, o deficit Angola
pode aumentar de 7,6 para 8 ou mais, dependendo também da redução abrupta do
preço do barril de petróleo que poderá afectar a taxa de crescimento do PIB
Global previsto para 9,7%, caso o EUA assuma o controlo como maior produtor de
petróleo no mundo e não reduza substancialmente o consumo de petróleo mundial a
situação pode tornar –se mais agudizada.
Conforme o velho adágio popular “quando dois
elefantes lutam quem sofre é o capim”, resta a economia Angola prosseguir
urgentemente com a sua política de diversificação da economia, para que o
petróleo não continue a exercer um papel fulcral na economia Angolana, é imperioso
o surgimento de sectores que possam certamente contribuir para alargar a base
tributária do país.