Janísio
C. Salomão
20/09/2013
Com o culminar do conflito armado, Angola tem conseguido dar passos
significados na criação de condições que propiciem a solidificação da sua
economia. Durante os últimos 4 anos a taxa de crescimento da economia angolana
registou ganhos significativos passando a ganhar destaque e notoriedade no
cenário da economia mundial, tal como foi noticiado em diversos orgãos
internacionais, bem como o referenciado
pelas principais agências de rating internacional a Fitch e a Standard and Poor´s.
As agências de notação de risco (rating) internacionais Fitch Ratings (FITCH), em 03 de Maio de 2013, Standard & Poor´s Rating Services (Standard & Poor´s) em 30 de Agosto, e Moody´s Investors Services (Moody´s) em 29 de Agosto, decidiram unanimemente manter inalterada a notação do risco do crédito soberano de Angola, em relação ao ano transacto, em BB- com uma perspectiva positiva e estável na classificação da Fitch e da Standard & Poor´s, respectivamente, enquanto a Moody´s atribuiu a notação Ba3 com uma perspectiva positiva. (MINFIN, 2013).
O executivo
Angola vem desenvolvendo vários programas com vista a melhorar a sua imagem a
nível internacional com o objectivo de permitir a atracção de investimento
privado estrangeiro, moeda esta que não tem sido barata para os Angolanos.
Desde os anos de
2007, que o Estado Angolano vem efectuando avultados investimentos com vista
melhorar a imagem que durante anos andou
desgastada devido ao conflito armado que o país viveu, apresentando
candidaturas para a realização de campeonatos Africanos e Internacionais.
No ano de
2007 para dar cobertura a realização do
Afrobasket nas cidades de Cabinda, Benguela, Huíla e Huambo e em 2008 o Campeonato
Africano das Nações de Andebol o Estado Angolano dessembolsou cerca de 42 milhões de dólares.
Dois anos mais
tarde, com o intuito de albergar a realização do Campeonato Africano de Futebol
que se realizaram nas cidades de Cabinda, Benguela, Huíla e Huambo o Governo
teve que pagar uma factura de cerca de 800
milhões de doláres, distribuidos pelos estádios nas respectivas cidades.
E recentemente
para a realização do Mundial de Hóquei em patins a se realizar nas cidades do
Namibe e Luanda foram investidos cerca de 100
milhões de dólares, dos quais 2,71 milhões capitais próprios e 11,29 capitais
alheios com recurso ao endividamento, sendo a Província de Malange uma das
beneficiadas com a construção de um Estádio que serviu de antecamara para a
referida actividade.
A seguir
apresentamos resumo dos investimentos:
Milhões Usd
| ||
ANO
|
OBJECTIVO
|
VALOR
|
2007
|
Realização do Afrobasket
|
42
|
2008
|
Realização do CAN Andebol
| |
2010
|
Realização CAN Futebol
|
800
|
2013
|
Mundial Hóquei em patins
|
100
|
TOTAL DESPESAS.....
|
900
|
Fonte: Angop, 2013.
CUSTO OPORTUNIDADE
É
um termo usado em economia para indicar o custo de algo em termos de uma
oportunidade renunciada, ou seja, o custo, até mesmo social, causado pela
renúncia do ente económico, bem como os benefícios que poderiam ser obtidos a
partir desta oportunidade renunciada ou, ainda, a mais alta renda gerada em
alguma aplicação alternativa.
Faz
–se um enquadramento do conceito de custo de oportunidade desenvolvido por
Frederich Von Wieser, para traduzir que, face a realização de despesas de
capital relacionadas com a construção dos estádios e pavilhões, adia –se uma série
de projectos e investimentos que poderiam
ser aplicados para o sector social tendo em vista a melhoria dos indicadores de
IDH que são consideravelmente baixos.
ANÁLISE S.W.O.T
Como
qualquer outro investimento, o qual deve ser avaliados ou identificados ou
pontos fortes ou fracos, as despesas realizadas com os fundos públicos para a construção
destes estádios possuí as suas vantagens e desvantagens. Embora haja correntes
defensoras que não se deva efectuar uma análise económica, somos de opinião de
que, por se tratar de dinheiro e tendo
em atenção que o mesmo tem valor no tempo, não perdendo de vista que os juros
dos investimentos solicitados devem ser amortizados.
Pontos
Fortes:
- Projecçção, prestígio internacional da imagem do País;
- Possibilidade de atracção de investimento privado Estrangeiro;
- Promoção do turismo;
- Probabilidade de fomento do desporto juvenil;
Pontos Fracos:
- Fraco ou nulo retorno ou capital investido;
- Fraca política de rentabilização dos espaços contruídos;
- Degradação das obras fruto da falta de manutenção;
- Pouco investimento em sectores sociais
- Instalações encerradas sem a massificação ou fomento do desporto, desiderato pelo qual foi construído;
- Recurso ao capital estrangeiro para o financiamento de despesas de capital com acarretamento de juros;
TRADE – OFF
Assiste
–se intervenções de diversos especialistas defendendo apenas os ganhos
relacionados com a imagem exterior do país e não análises económicas referentes
a rentabililização destes espacos contruídos, por outro assistem –se a se
degradação dos estádios e pavilhões.
Se
não uma análise económica porquê a necessidade da criação de comissões para
trabalhar na viabilidade e rentabilização dos pavilhões e estádios?
Nosso
entender, pensamos que esta actividade, confinada com a da criação de empresas
para a gestão dos referidos espaços deveriam ser elaboradas na altura da
concepção dos referidos projectos e não a posterior, evitando desta forma
constrangimentos e despesas desnecessárias conforme actualmente se
assiste. Pois os estádios necessitam de
manutenção regular, o que acarreta pagamento de despesas sem a sua
contrapartida receitas.
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