16/08/14
Ébola ou também
conhecida como febre hemorrágica ébola
(FHE), é uma doença humana contagiosa provocada pelo vírus do género Ebolarius ou ébola. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (2014), os principais sintomas manifestam – se
através da febre, dores de garganta, dores musculares e dores de cabeça,
sucedidos geralmente de diarreia, vómitos e náuseas, após duas a três semana de
infecção. Geralmente o ébola chega a matar de 60 a 90 por cento das pessoas
infectadas.
Surgimento
A
génese dos primeiros casos de ébola é muito contraditória, estudos apontam que
no ano de 1976, foi quando começaram a ser observados surtos simultâneos em
Nzara no Sudão, e em Yambuku na República Democrática do Congo, em uma região
situada próximo do Rio Ébola (OMS, 2014).
Causas
De
acordo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em íngles) são quatro das cinco
espécies de vírus, as principais causadoras da febre hemorrágica do ébola,
Ebolavirus, família Filoviridae, ordem Mononegavirales. As quatro espécies são
o ébola-Zaire, ébola-Sudão, ébola-Bundibugyo e o ébola-Costa do Marfim. O
quinto vírus, a espécie Reston, este último o risco de provocar doenças em
seres humanos é muito diminuta.
Impacto nas Economias
Qualquer
doença, surto ou epidemia acarreta consequências económicas para as economias
que, geralmente acabam por afectar em grande parte a população.
As
economias dos países da África Ocidental, tais como: Guiné - Conacry, Libéria e
Serra Leoa, Costa do Marfim, incluído República Democrática do Congo (África
Central), conhecerão alguma retração nas suas economias caso a epidemia do
ébola não se erradique a médio prazo.
Segundo
a Moody’s, agência internacional de rating, “a epidémia de Ébola terá repercussões económicas e fiscais significativas
numa série de países da África Ocidental”.
As
despesas relacionadas com a saúde nestas economias afectadas tendem a incrementar,
visto que grande parte dos seus orçamentos são canalizados no sentido de
amenizar ou colmatar tal situação.
De
acordo o Jornal Lusa (2014), a Libéria afirmou que as despesas relacionadas com
o Ébola já atingiu a cifra de mais de 12 mil milhões de dólares apenas durante
o segundo trimestre deste ano, o equivalente a dois porcento do orçamento anual
do Estado.
Ainda, tal como
referenciou a Moody’s (ibid.), o ébola poderá também contribuir para o
abrandamento nas receitas do Estado, numa região onde “os orçamentos já são
condicionados por uma baixa cobrança de impostos”.
Se a situação em
Lagos – Nigéria agravar –se as consequênciais
poderão estender –se para a Indústria do sector de petróleo e gás, daquela que
é a maior economia produtora de petróleo do continente africano.
Um
outro estudo, divulgado pela Consultora Teneo
Intelligence, publicado pela agência Bloomberg, afirma que “epidemia pode cortar dois pontos ao
crescimento da economia da Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacry, os países mais
afectados”.
O que é facto, é
que grande parte das multinacionais que operam nestes países fortemente
afectados pela ébola foram obrigados a interromper as suas actividades e
negócios devido ao surto que já matou cerca de mil, conforme noticiou o Jornal
o Globo (2014), “a Caterpillar, de máquinas e motores, retirou funcionários da
Libéria. A Canadian Overseas Petroleum Ltd suspendeu um projecto de perfuração.
A British Airways cancelou voos para a região. A australiana Tawana Resources,
de minério de ferro, suspendeu “todas as actividades de campo não essenciais”
na Libéria, mandando trabalhadores para casa. Já Exxon Mobil e Chevron aguardam
para ver se as autoridades de saúde serão capazes de conter o perigo”.
No entanto, as principais consequências a médio e longo prazo, caso
persista a epidemia da ébola poderão ser as seguintes:
·
Abandono das terras por parte dos agricultores;
·
Baixa ou redução da mão de obra devido as mortes o
que levaria a uma baixa da produtividade e consequentemente da produção;
·
Enceramento de grande parte das empresas e
indústrias, multinacionais e nacionais que se encontram a operar nestes países
afectados;
·
Escassez na oferta de produtos, principais bens e
serviços;
·
Aumento das taxas de desemprego como fruto do
encerramento ou suspensão do funcionamento das empresas;
·
Tendências inflacionárias devido a escassez de
produtos, bens e serviços;
·
Abrandamento do consumo, devido ao desemprego e
escassez de capital, e enceramento das empresas;
·
O que levaria as economias a uma estagnação e em
último caso, recessão, devido ao
incremento das despesas e redução das receitas públicas.
Estas
questões não devem merecer um olhar tênue das Organizações Internacionais e
principalmente das Nações Unidas, OMS, o que corroboraria o agravamento do
estado de carência das populações mormente dos países afectados.
O repto, é também
lançado a comunidade científica no sentido de se aprofundarem as pesquisas com
o intuito de se por cobro a esta situação que gradativamente está a granjear
contornos alarmantes.
Concludentemente,
caso a situação ou o cenário não seja alterado, poderá afectar em grande medida
as perspectivas de crescimento da economia africana, e como vivemos num mundo
globalizado, tal cenário afectará em cascata o crescimento da economia mundial certamente.
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